quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Licença poética

Licença poética é uma incorreção de linguagem permitida na poesia. Em sentido mais amplo, são opiniões, afirmações, teorias e situações que não seriam aceitáveis fora do campo da literatura.
A poesia pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta da língua, tomando a liberdade necessária para utilizar recursos como o uso de palavras de baixo-calão, desvios da norma ortográfica que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo como a hipérbole ou outras que assumem o carácter "fingidor" da poesia, de acordo com a conhecida fórmula de Fernando Pessoa ("O poeta é um fingidor"). A licença poética é permitida para que o escritor tenha toda a liberdade para manipular as palavras, para que ele possa passar tudo o que pensa ao leitor.

Wikipedia

Lembre-se que "A licença poética é uma porta, não uma porteira". 

(JSC) 

VERSO LIVRE

No fazer poético, os versos livres, também chamados de versos irregulares, não utilizam os esquemas métricos, nem as rimas, ou qualquer outro padrão musical, mas preocupam-se tão somente com o ritmo e a musicalidade natural da fala ou leitura. Alguns poetas e estudiosos afirmam que os versos livres possuem afinidades com a prosa, enquanto outros enxergam uma grande autonomia e distinção nessa forma poética. De qualquer forma, é inegável que os versos livres garantem ao poeta uma maior licença para se expressar e possuir maior controle sobre o desenvolvimento da sua obra. Consequentemente, os versos livres produzirão uma poesia espontânea e individualizada.

A consagração e fama desse verso no país viria, contudo, com o livro Pau-Brasil (1925), que não é só a obra de estreia em poesia do escritor Oswald de Andrade (1890 - 1954), como também um dos mais inovadores de toda a poesia produzida até então no país. O livro trazia versos livres em tom de prosa e uma linguagem simples e coloquial muito ousada para os padrões poéticos vigentes (e até mesmo se comparada aos versos livres de Guerra Duval). É notória tal ousadia no poema "Prenominais", que se encontra na segunda parte do livro, chamada "Poemas da colonização":

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

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